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  • Foto do escritorHenrique Schaffhausser

Desmistificando o Crossfit


O Crossfit é um dos tipos de treinamento que mais cresce no mundo e tem-se tornado cada vez mais popular no nosso país. Estima-se que há mais de 1000 academias afiliadas em todo o território nacional, o que coloca o Brasil no 2º lugar entre os países com mais locais para a prática da atividade. Os benefícios do programa são bem estabelecidos e envolvem a melhora da composição corporal, o aumento da capacidade aeróbica, ganho de força, bem como a melhora de parâmetros clínicos de saúde. Porém, com treinos frequentemente apresentando um número alto de repetições, com grande parte dos movimentos sendo executados beirando a fadiga, fez com que não demorasse para que a segurança do programa fosse questionada.


CROSSFIT BASEADO EM EVIDÊNCIAS

Estudos iniciais apontavam uma incidência elevada de lesão, chegando a mais de 73,5% no trabalho publicado por Hak e cols. em 2013. Estudos mais recentes, porém, apontam taxas de lesão variando entre 0,27 a 3,1/1000 horas de treino, ou seja, similar ou inferior àquelas encontradas em outros esportes como a musculação, a corrida, o triatlon e o futebol. Quando comparado com o esporte mais popular do nosso país, um estudo conduzido no Brasil por Sprey e cols. em 2016, observou uma menor incidência de lesões nos praticantes de Crossfit em relação àquela encontrada nos praticantes de futebol: 31% contra 57 a 61,8%. Diante disso, cada vez mais, a crença que o Cossfit lesiona mais que outros esportes, tem caído por terra.


SÍTIOS DE LESÃO

O ombro é frequentemente apontado como a articulação mais comumente acometida (seguido pela coluna lombar, e pelo joelho). Um estudo publicado em 2018 no Orthopaedic Jounal of Sports Medicine aponta o ombro como o sítio de cerca de 40% das lesões relacionadas ao programa. Um dos motivos para tal achado, consiste no fato de diversos exercícios serem realizados nos extremos da amplitude de movimento e por exigirem a sustentação de cargas elevadas acima da cabeça. Outro local frequente de dor é a região lombar. Essa parte da coluna é bastante exigida tanto nas atividades aeróbicas quanto nas ginásticas. Porém os movimentos que envolvem o levantamento de grandes cargas do solo (frequentemente encontrados no Levantamento de Peso Olímpico) são aqueles que apresentam um maior risco de lesão nessa região, conforme apontou uma revisão sistemática publicada no British Journal of Sports Medicine.


O TRATAMENTO ADEQUADO

Não há dúvidas que o melhor “tratamento” para as lesões relacionadas ao Crossfit é a prevenção. A supervisão de profissionais qualificados e familiarizados com a metodologia, permite uma atenção maior à técnica empregada pelo praticante, bem como uma adaptação dos movimentos quando necessário, tornando-se fundamental para a prática segura do esporte. A literatura aponta, também, outros critérios importantes que devem ser considerados e aplicados no dia-a-dia: a técnica mais apurada, uma maior mobilidade e a prática da atividade com maior frequência (pelo menos 3x por semana) mostraram-se como fatores de proteção, ajudando a diminuir a incidência de lesões nos praticantes da modalidade. Uma ferramenta bastante útil e com resultados promissores é o FMS (Functional Movement Screen): um teste que avalia a qualidade do padrão de movimento e a simetria dos membros em 07 exercícios. No estudo publicado por Moran e cols. no Journal of Sports Medicine and Physical Rehabilitation, fora identificado um maior risco de lesão nos praticantes de Crossfit que tinham histórico de dor ou que possuiam alguma assimetria durante a realização do teste. Dessa forma o FMS tem-se apresentado como um importante aliado na avaliação inicial, com a finalidade de identificar possíveis fatores de risco e permitindo ao médico atuar de maneira preventiva nessa população.


CUIDE-SE

Ouça seu corpo, respeite seus limites e esteja cercado de profissionais qualificados. Assim você diminui as chances de se machucar e pode continuar praticando a atividade que mais gosta com segurança.


Fonte: Fortify

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